Economia

Publicado em 24 de Outubro às 18:32:13

IPCA-15 de outubro surpreende negativamente, com composição apontando para inflação pressionada à frente

O IPCA-15 registrou alta de 0,54% m/m, vindo pior que o consenso de mercado (0,51% m/m) e que a nossa projeção (0,47% m/m). O mau desempenho do indicador no mês de outubro reflete altas bastante disseminadas dos itens que compõem o IPCA-15, de modo que o qualitativo do indicador também se mostrou bastante negativo.

Esse resultado do IPCA-15 contribuiu para reforçar o nosso cenário de uma economia superaquecida, com o elevado nível da atividade econômica e a baixa taxa de desemprego colaborando para alimentar as pressões inflacionárias geradas pela política fiscal expansionista do governo.

A principal surpresa no mês ficou por conta dos alimentos, mais especificamente em carnes, item que deve continuar pressionado também nos próximos meses. Os serviços e os núcleos também registraram aceleração considerável em relação a setembro, com os itens de seguro de veículos e serviço bancário puxando o grupo de serviços subjacentes para cima. A alta da alimentação fora do domicílio, categoria que é considerada um serviço, também se destacou entre as surpresas negativas, reforçando uma demanda robusta que, junto com o vigor do mercado de trabalho e do crescimento da massa salarial, vem sustentando a alta do consumo. Por outro lado, as passagens aéreas foram a grande surpresa baixista, impactando o grupo de serviços em 22 pontos base.

Já no tocante aos bens industriais, os segmentos de semiduráveis e não duráveis foram os que registraram a maior pressão de preços no mês. Na ponta oposta, os bens duráveis operaram próximos da estabilidade. Essa categoria continuou a se beneficiar do fato de a China seguir exportando deflação através da venda dos seus bens manufaturados.

Levando tudo em consideração, avaliamos que o número de outubro do IPCA-15 deve fazer com que o Copom intensifique o ritmo de alta de juros de 25 para 50 pontos base já na próxima reunião de novembro, de modo que a taxa Selic encerre o ano em 11,75% e atinja o pico de 12,50% em meados de 2025.

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