Economia

Publicado em 10 de Dezembro às 18:26:23

IPCA de novembro confirma tendência de piora da inflação

O IPCA de novembro registrou variação de 0,39% m/m, acima da nossa projeção de 0,35% m/m e acima das expectativas de mercado de 0,36% m/m (Broadcast+). Em nossa avaliação, a composição é substancialmente pior do que a sugerida pela nossa projeção, com aceleração em itens chaves para a melhora no diagnóstico da dinâmica inflacionária.

Os serviços registraram variação de 0,83% m/m, acima da nossa expectativa de 0,61% m/m e acima da expectativa de mercado de 0,69% m/m. Em nossa avaliação, o qualitativo dos serviços é veio bastante negativo. Nesse sentido, os serviços intensivos em trabalho registraram um salto de 17 pontos base em relação ao último IPCA. Esses dois componentes estabeleceram o quadro negativo do número, trazendo preocupação para a futura trajetória dos serviços. Uma forte dinâmica inflacionária nos serviços sugere que apesar de quedas sucessivas na taxa de desemprego, o mercado de trabalho está operando acima do potencial, encomendando mais inflação para o futuro.

O grupo de alimentação registrou variação de 1,81% m/m, acima das nossas expectativas de 1,75% m/m e um pouco abaixo das estimativas dos analistas de mercado (1,84% m/m). O item de carnes registrou variação em linha com o esperado e esperamos arrefecimento da sequência de alta para os próximos meses. Conforme um item da cesta de consumo tende a descolar em preço relativo, efeitos de substituição por parte do consumidor dificultam o repasse de custos do produtor. Isso é corroborado pela recente queda da arroba do boi gordo na BM&F, que saiu de R$ 350 para R$ 322 entre 29 de novembro e 9 de dezembro.

Já no tocante aos bens industriais, esses vieram abaixo da nossa projeção, com surpresa concentrada nos duráveis e em vestuário. Adicionalmente, esperávamos um efeito da Black Friday próximo da neutralidade por conta da forte desvalorização cambial.

Levando tudo em consideração, avaliamos que o número de novembro do IPCA deve fazer com que o Copom intensifique o ritmo de alta de juros de 50 para 75 pontos base na reunião de dezembro dessa quarta-feira (11/12), de modo que a taxa Selic deve encerrar o ano em 12,00%.

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