A semana passada foi dominada pela discussão da possibilidade de aumento da taxa de juros já na próxima reunião do Copom, em setembro de 2024. Além da surpresa com o IPCA de julho acima do esperado pelos analistas e com composição negativa, aceleração dos preços dos serviços, serviços subjacentes, industriais, média dos núcleos, entre outros, a divisão entre os membros do Copom na reunião de maio, continua reverberando entre os investidores.
Como a divisão colocou em lados opostos os membros do Copom indicados pelo governo atual e os indicados pelo governo anterior, a credibilidade da futura diretoria foi colocada em xeque. Segundo muitos analistas e investidores pelo menos parte da desancoragem das expectativas de inflação se deve exatamente a esta perda de credibilidade.
Os membros do Copom que votaram por uma queda mais forte da SELIC naquela reunião, têm feito declarações bastante duras, indicando que o Comitê “não hesitará em elevar a taxa de juros caso seja necessário. Com isto, várias “casas” passaram a prever que o Copom deverá iniciar novo ciclo de aumento da SELIC já em setembro e as projeções para a inflação entraram em trajetória de elevação, se aproximando de nossa projeção de 4,5% já em 2024, o teto do intervalo de metas.