Apesar dos dados relativos à produção industrial (0,6% m/m, ante expectativa de 0,3% m/m) e as vendas no varejo (0,0% m/m, ante expectativa de -0,2% m/m) terem surpreendido para cima, a divulgação do Livro Bege nessa quarta-feira (17/07), publicação que mede as condições econômicas de momento nos doze distritos do Fed (banco central norte-americano), mostrou uma expansão apenas moderada da atividade econômica na maioria dos distritos, e uma estabilidade ou queda em cinco outros.
Essa maior fraqueza da atividade econômica corrente também parece estar se projetando sobre o futuro, com as expectativas apontando para um crescimento econômico mais desvigoroso nos próximos seis meses.
Em relação ao emprego, foi registrado algum incremento no período, muito puxado pela maior oferta de mão de obra. No passado recente, muitas regiões haviam reportado um mercado de trabalho mais apertado por conta da escassez de trabalhadores.
Já os salários continuaram crescendo, ainda que em ritmo menor, dado esse que veio ao encontro de outras métricas de rendimentos que haviam apontado algum arrefecimento. Enquanto os salários do setor privado (ADP) recuaram 0,1 p.p. na passagem de maio para junho (4,9% a/a, ante 5,0% a/a), a taxa de variação dos salários nos setores não-agrícolas (payroll) saiu de 4,1% a/a para 3,9% a/a no mesmo período.
Em linha com os melhores números de inflação desse segundo trimestre, e em forte contraste com os números piores (mais altos) do primeiro trimestre do ano, os preços registram uma alta apenas moderada até meados de julho.
Por fim, em consonância com a política monetária restritiva adotada pelo Fed, a demanda por crédito apresentou esmorecimento em muitas regiões dos EUA, confirmando a efetividade dos juros altos praticados pelo banco central norte-americano em esfriar a demanda.