Diante da forte pressão do Presidente Trump no sentido de retomar o processo de queda dos juros nos Estados Unidos, que foi intensificada com a demissão da Diretora Lisa Cook na semana passada, uma grande maioria dos investidores continuam otimistas em relação à possibilidade de que o Federal Reserve (Fed) reduza a taxa básica de juros nos Estados Unidos na reunião de setembro do Fomc.

Ao mesmo tempo, a maioria dos membros do Fomc em suas declarações, não parecem estar igualmente convencidos de que o Comitê deveria retomar o processo de queda dos juros na reunião de setembro. Segundo os diretores, a taxa de inflação nos Estados Unidos está muito elevada, acima da meta para a inflação, e que o mercado de trabalho, ainda que em desaceleração, não sugere que a economia está caminhando para uma recessão.

Alguns diretores têm chamado a atenção de que a política imigratória do Presidente Trump tem gerado forte redução da oferta de trabalhadores, o que mantém a taxa de desemprego basicamente estável, apesar da redução de demanda por trabalho.

Este sentimento foi reforçado com a divulgação do Livro Bege de setembro ontem, segundo o qual (uma pesquisa informal dos Federal Reserve regionais com empresas e indivíduos em seus distritos), “tarifas tiveram impacto especialmente relevante nos preços de insumos” e ressaltando as dificuldades para repassar estes aumentos de preços dos insumos integralmente.

Neste contexto, reduzir juros poderá sinalizar aos investidores perda de credibilidade e de autonomia do Federal Reserve e leniência com a busca da meta de 2,0% ao ano. A menos que os dados do payroll da próxima sexta feria sejam particularmente negativos.