Os dados da economia americana divulgados na semana passada podem ter definido um turning point para a política monetária do Federal Reserve, o banco central americano. Em especial, os dados do mercado de trabalho mostraram uma geração de empregos de 71 mil postos de trabalho (expectativas de 101 mil), além de importantes revisões dos dados dos meses de maio e junho. Em conjunto, estas revisões retiraram 250 mil empregos nos últimos dois meses.

Além do inesperado enfraquecimento da geração de empregos, a taxa de desemprego passou de 4,1% para 4,2% da força de trabalho, ao mesmo tempo em que os salários por hora mostraram aumento de 0,3% e de 3,3% em termos anuais.

A reação do Presidente Trump foi demitir a funcionária do BLS, responsável pelos dados do mercado de trabalho da economia americana, o que gerou fortes críticas por parte de analistas e investidores, na medida em que pode afetar a credibilidade das estatísticas do país.

Ao mesmo tempo o índica de gastos com consumo, o PCE, mostrou crescimento de 0,3% no mês de julho, acima das expectativas de 0,2%. Em termos anuais, o PCE atingiu 2,8%, acima da meta para a inflação.

A combinação de mercado de trabalho dando sinais de desaceleração e taxa de inflação estável, mas acima da meta, deverá colocar o Federal Reserve diante de um impasse: prioriza o combate à inflação e mantém a taxa de juros estável ou dá mais atenção à perda de força do mercado de trabalho e inicia a queda da taxa de juros na reunião do mês de setembro.