Os dados do CAGED e da PNADC divulgados na semana passada mostram um mercado de trabalho ainda forte, com aumentos significativos na geração de postos de trabalho na economia brasileira, ainda que em processo de desaceleração. Segundo o CAGED, foram gerados 155.270 postos de trabalho formais no país no mês de maio. A expectativa dos analistas era de geração de 188.682 postos de trabalho.
No ano de 2023 já foram gerados 865.360 postos de trabalho formais, uma desaceleração importante se comparado ao ano de 2022, quando foram gerados 1.103.133 postos de trabalho entre janeiro e maio.
Todos os setores da economia geraram número positivo de postos de trabalho formais, mas o setor de serviços continua a dominar o processo. No mês de maio, mais de metade da geração de postos de trabalho ocorreu no setor serviços, 83.915 postos de trabalho formais, e três vezes mais que o segundo colocado, o setor comércio, que gerou 27.958 postos de trabalho. A volta da pandemia continua a domar o cenário de geração de empregos no Brasil.
Da mesma forma os dados da PNADC mostraram uma queda da taxa de desemprego de 8,5% para 8,3% no trimestre terminado no mês de maio, se comparado ao trimestre terminado em fevereiro. As expectativas dos analistas eram de 8,2%. A renda real média dos trabalhadores aumentou 6,6% em um ano, uma desaceleração importante em relação ao aumento de 7,5% do trimestre anterior. Em suma, os dados continuam a mostrar um mercado de trabalho ainda forte mas em desaceleração. Nossa avaliação é que esta desaceleração deve se intensificar no segundo semestre, devido aos efeitos da política monetária fortemente contracionista que tem sido implementada pelo Banco Central para levar a taxa de inflação para a meta de 3,0% ao ano, no final de 2024.