Nesta semana, tivemos a divulgação de dois indicadores do mercado de trabalho: PNAD e Caged. Nesse sentido, a taxa de desemprego foi de 7,5%, melhor do que o piso das estimativas de 7,6%, e o Caged apontou para a criação de 240 mil postos de emprego formal. Ao mesmo tempo em que as surpresas positivas do mercado de trabalho impõem um viés altista para atividade econômica, exigem cautela na condução da política monetária.
No que diz respeito à PNAD, a taxa de desemprego dessazonalizada encontra-se em 7,2%, acumulando queda de 0,6 p.p desde dezembro de 2023. Diferentemente do que ocorreu no início do ano passado, a queda da taxa de desemprego está sendo acompanhada pelo aumento da taxa de participação e pela maior formalização da mão de obra. Nesse contexto, a massa de rendimento real habitual apresentou alta de 7,9% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, fruto do aumento da população ocupada e do aumento do rendimento médio real no período em um contexto de maior formalização do mercado de trabalho.
Em relação ao Caged, houve criação de 240 mil vagas, resultado da admissão de 2,3 milhões e da demissão de 2,0 milhão de trabalhadores no período. Nesse sentido, vale destacar que todos os grupamentos de atividade registraram saldos positivos, com destaque para serviços (138,3 mil), indústria geral (36,0 mil) e construção (+186,9 mil). Em 12 meses, o saldo total de vagas avançou 3,6% na comparação mensal, totalizando 1,7 milhão, continuando a sequência positiva que vem sendo observada desde o final do ano passado.
Por fim, a resiliência do mercado de trabalho deve ser um dos principais vetores positivos para o crescimento da economia brasileira no ano. Assim, projetamos criação de 1,8 milhão de postos de trabalho formais no ano e de 7,6% de taxa de desemprego média ao longo do ano.