A criação líquida de 64 mil empregos não-agrícolas nos Estados Unidos em novembro ficou acima do esperado pelo mercado, mas abaixo da nossa projeção (75 mil). O setor privado foi responsável pela maior parte das vagas criadas, enquanto o setor público já reduziu postos, com destaque para o governo federal, que eliminou empregos pelo décimo mês consecutivo.
A taxa de desemprego subiu para 4,6%, surpreendendo o mercado, com aumento do número de desocupados. A taxa de participação avançou para 62,5%, impulsionada pela maior entrada de pessoas na força de trabalho, o que contribuiu para a elevação do desemprego. Em contrapartida, a razão entre empregados e população em idade ativa recuou levemente e permanece abaixo dos níveis pré-pandemia.
Os salários apresentaram desaceleração significativa. O ganho médio por hora cresceu apenas 0,14% no mês e 3,51% em 12 meses, abaixo das expectativas, indicando um arrefecimento mais intenso da pressão salarial.
De forma geral, o mercado de trabalho norte-americano mostra sinais mistos, combinando maior demanda e participação com menor crescimento dos salários e da geração de vagas. Ainda assim, há otimismo para 2026, com expectativa de retomada da atividade, melhor equilíbrio entre oferta e demanda de trabalho e manutenção de uma postura conservadora do Federal Reserve, que deve manter os juros inalterados no início de 2026.