Os dados do mercado de trabalho da economia brasileira divulgados na semana passada continuam mostrando sinais positivos, ainda que em desaceleração. Segundo o CAGED, foram gerados 142,702 mil postos de trabalho formais no mês de julho. As expectativas dos analistas eram de geração de 137,689 mil postos de trabalho formais. Este comportamento positivo foi disseminado. Todos os setores da economia mostraram números positivos. Como tem acontecido desde o final de 2020, o setor serviços continua o mais dinâmico, tendo gerado 56,303 mil postos de trabalho formais, seguido do setor de comércio com 26,744 mil postos de trabalho formais.

Entre janeiro de julho de 2023 foram gerados 1,2 milhões de postos de trabalho formais na economia brasileira. Uma desaceleração em relação aos 1,6 milhão de postos de trabalho formais criados no mesmo intervalo em 2022.O salário médio de admissão mostrou crescimento de 0,9% no mês, atingindo R$ 2.032,56.

Na mesma direção, a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho de 2023 atingiu 7,9% da força de trabalho, em linha om as expectativas dos analistas. Ao contrário do que vinha acontecendo desde setembro de 2022, quando a redução da taxa de desemprego decorreu de uma diminuição da taxa de participação da força de trabalho e queda da população ocupada, neste trimestre foi o resultado de um aumento de 1,3% da população ocupada e queda de 6,3% da população desocupada.  Finalmente, o rendimento real habitual ficou estável em relação ao trimestre anterior e cresceu 5,1% no ano.

Nossa projeção é que a economia brasileira deverá desacelerar no segundo semestre, devido à política monetária contracionista, o que deverá afetar negativamente o comportamento do mercado de trabalho.