Economia

Publicado em 06 de Junho às 18:26:34

Mercado de trabalho norte americano continua resiliente apesar de dados mistos

A criação líquida de 139 mil empregos em setores não-agrícolas (payroll) nos Estados Unidos em maio superou as expectativas do mercado. Em contrapartida, as revisões relativas aos meses de março e abril removeram 95 mil postos de trabalho.

As aberturas mostraram que o setor privado gerou 140 mil postos, resultado esse que também veio acima das estimativas. Por sua vez, dois setores chave como o governo (por conta da política de enxugamento da máquina pública promovida pelo Departamento de Eficiência Governamental “DOGE”) e a indústria (por conta do objetivo do governo Trump de recuperar o setor manufatureiro norte americano) apresentaram destruição líquida de vagas (-1 mil e -8 mil, respectivamente).

Os salários surpreenderam para cima, avançando 0,4% m/m em maio, ante expectativa de 0,3% m/m. Em doze meses, o salário médio por hora acumulou alta de 3,87% a/a, frustrando a desaceleração que era esperada para 3,7% a/a. Esse dado interrompe a sequência de cinco meses seguidos de arrefecimentos dos salários, o que aponta para a dificuldade dessa métrica em exibir uma trajetória de queda que seja compatível com a convergência da inflação para a meta de 2,0%.

Outras métricas do mercado de trabalho norte americano também exibiram sinais mistos. A criação de vagas no setor privado (ADP) veio bem abaixo das expectativas em maio (37 mil vs. 114 mil), evidenciando a grande disparidade que pode existir entre dados do mercado de trabalho observados sob essa métrica e pelo payroll, enquanto uma métrica de demanda por mão de obra (JOLTS), subiu para 7,39 milhões em abril, ante 7,2 milhões em março, indo contra as estimativas de redução para 7,1 milhões. Esse número indica que o cenário atual de elevada incerteza não parece estar tirando o ímpeto dos empresários em realizar novas contratações.

Apesar de tudo, o quadro geral ainda aponta para um mercado de trabalho aquecido, permitindo que o banco central norte americano (Fed) dê prosseguimento à sua estratégia de “wait and see” até pelo menos o mês de julho, quando ocorrerá a primeira reunião de decisão da taxa de juros (30 de julho) após o prazo limite dado pelo governo Trump (9 de julho) para que os países cheguem a um acordo comercial com os Estados Unidos.

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