Os mercados financeiros reagiram positivamente à suspensão pelo Presidente Donald Trump de tarifas sobre produtos tecnológicos, smartphones, computadores e semicondutores. Entretanto, Trump deixou claro que estas isenções são temporárias e que estes produtos devem ser alvo de novas taxas. As bolsas de valores recuperaram parte das perdas dos últimos pregões, as taxas dos Treasuries mostraram queda e o Dólar desvalorizou frente a seus pares dos países desenvolvidos.

O comportamento do Real foi de volatilidade. Iniciou o dia com valorização, mas ao longo do dia reverteu para queda e permaneceu em torno da estabilidade até o fechamento. Existe uma dúvida entre os investidores sobre como irá reagir o governo brasileiro diante do aumento de oferta de produtos industriais devido ao desvio de comércio decorrente das tarifas implementadas sobre a China e os outros países do leste asiático.

O governo irá priorizar o efeito desinflacionário do aumento de oferta de bens industriais oriundos do leste asiático ou a desaceleração da economia e redução da produção industrial daí decorrente? No primeiro caso, a tendência à queda da taxa de inflação poderia permitir uma antecipação da redução da taxa de juros pelo Banco Central, sem comprometer o objetivo de atingir a meta para a inflação. No segundo caso, o aumento da proteção comercial, dos gastos e do déficit poderia gerar desvalorização cambial, pressão inflacionário e taxas de juros mais elevadas por mais tempo.