Os dados da economia americana divulgados ontem mostraram sinais divergentes sobre o desempenho da economia americana. De um lado, os dados de geração de emprego do setor privado, vieram negativos. Segundo a ADP, foram destruídos 32 mil empregos pelo setor privado em novembro. As expectativas eram de geração de 40 mil empregos. Como os dados do payroll não serão divulgados antes da reunião do Fomc do dia 10 de dezembro e os dados da ADP têm pouca correlação com os dados oficiais do mercado de trabalho americano, a decisão terá de ser tomada sem os dados oficiais.

Da mesma forma, o PMI calculado pelo S&P Global mostrou queda para 54,1 pts., contra expectativas de 55 pts. e o PMI composto também mostrou queda a 54,2 pts. Por outro lado, o PMI serviços, calculado pelo ISM, atingiu 52,6 pts. contra expectativas de 51,8 pts. Apesar da redução do PMI da S&P Global, todos os indicadores permanecem acima do nível de 50, que indica crescimento.

Por outro lado, o PCE do mês de setembro será divulgado esta semana, mas o dado de outubro não estará disponível para a reunião do Fomc, devido ao shutdown de mais de quarenta dias do governo americano, o que significa que a decisão será tomada sem dados contemporâneos sobre a inflação.

Apesar dos indicadores incompletos e não inteiramente consistente, a destruição de empregos pelo setor privado indicada pela ADP reforçou a aposta de corte de juros na reunião do Fomc na próxima semana, o que gerou desvalorização do Dólar no exterior e no Brasil, valorização do Real, aumento do valor das ações e volatilidade das taxas de juros.