A agência de classificação de riscos, Moody’s, decidiu aumentar a nota de risco do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva, colocando o país a um passo do grau de investimento. Segundo a Agência, os próximos 12 a 18 meses é o período decisivo para a reavaliação da nota do país.
Segundo a agência, o desempenho do Brasil tem aspectos positivos e negativos. Do lado positivo, a agência menciona o conjunto de reformas implementadas nos últimos anos e que está na origem das surpresas positivas do crescimento da economia desde 2010. A reforma trabalhista, a substituição da TJLP pela TLP, a reforma previdenciária, o novo marco regulatório do saneamento, a Lei da Liberdade Econômica, a independência do Banco Central, entre muitas outras, foram fundamentais para gerar aumento da taxa de investimentos e de crescimento da economia.
Ao mesmo tempo, a agência chama especial atenção a questão fiscal. Em especial, o aumento dos gastos obrigatórios e a evolução da relação dívida/PIB. Segundo a agência, será fundamental para atingir o grau de investimentos que o país consiga adotar medidas que contenham o aumento dos gastos obrigatórios, de tal forma estabilizar a dívida em 82% do PIB e manter a taxa de crescimento do PIB próxima a 2,5% ao ano no médio prazo.
O upgrade surpreendeu os investidores, que tem mostrado desconfiança quanto à capacidade, ou vontade política, do governo de adotar uma política fiscal capaz de estabilizar a relação dívida/PIB e cumprir as metas de superávit primário e de aumento de gastos públicos. A reação do mercado foi tímida, com desvalorização do Real frente ao Dólar, e aumento das taxas de juros longas. A bolsa de valores, ao contrário, mostrou desempenho fortemente positivo.