Economia

Publicado em 02 de Julho às 18:40:00

Negociações dos EUA com o Vietnã abrem novo precedente para o comércio internacional

A apenas uma semana do fim do prazo de 90 dias dado pelo presidente Donald Trump para os países chegarem a acordos comerciais com os Estados Unidos antes que as tarifas recíprocas anunciadas no “Liberation Day” sejam reintroduzidas, chegou-se a um consenso com o Vietnã.

O entendimento alcançado entre os dois países prevê uma abertura total do mercado vietnamita para as exportações norte americanas com uma isenção generalizada de tarifas, enquanto as exportações vietnamitas com destino aos Estados Unidos devem ser taxadas com uma tarifa horizontal de 20%, numa redução significativa em relação aos 46% anunciados no dia 2 de abril.

Mas o ponto mais interessante do acordo reside numa cláusula, sem precedentes até hoje, que impõe uma tarifa de 40% (o dobro da básica) sobre qualquer bem ou serviço reexportação pelo país asiático. Esse ponto vem para endereçar, e de certa forma fechar uma brecha: o uso que a China vinha fazendo de muito países do sudeste asiático como caminho para realizar exportações indiretas para os Estados Unidos, evitando tarifas e/ou sanções previamente impostas.

Essa cláusula inovadora deve servir de base para outros acordos comerciais, principalmente para outros países do sudeste asiático (Taiwan, Tailândia, Indonésia, Malásia, Camboja, Bangladesh, Filipinas e Sri Lanka) que assim como o Vietnã adotaram um modelo econômico voltado para a exportação (principalmente de produtos eletrônicos e de vestuário) para os EUA, estabelecendo um precedente importante. Numa outra frente de ação mais radical, os EUA exercem pressão para que esses países imponham as suas próprias barreiras tarifárias aos produtos chineses.

Já entre aliados ocidentais relevantes como Canadá, Japão e Coreia do Sul, uma sequência de idas e vindas recentes tem comprovado que, diferentemente do caso do Reino Unido, esses podem ser os acordos comerciais mais difíceis de serem fechados. À medida que o prazo do dia 9 de julho se aproxima, fica cada vez mais evidente que a prorrogação ou não dessa data limite pode vir a ser algo arbitrário que irá variar de país para país.

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações