O banco central brasileiro divulgou nessa segunda-feira (12/08) a primeira edição da pesquisa Firmus, uma equivalente da pesquisa Focus para empresas não-financeiras.
Enquanto a pesquisa Focus indicou um IPCA de 4,20%, 3,97% e 3,60% para 2024, 2025 e 2026, a pesquisa Firmus mostrou projeções de inflação de 4,00%, 4,00% e 3,70% para esses mesmos anos.
Já em relação à atividade econômica, a pesquisa com as empresas não-financeiras espera um crescimento do PIB marginalmente menor esse ano (2,00%) do que as empresas financeiras (2,20%). Um fato curioso que emergiu foi que a maioria das empresas creem que os seus respectivos setores de atuação irão apresentar crescimento maior do que o PIB, o que indica um otimismo difundido entre as firmas e os setores em relação ao futuro dos seus negócios.
Nessa primeira divulgação da pesquisa Firmus, algumas características chamaram atenção em relação ao Focus. A variância, principalmente das estimativas de inflação e de crescimento econômico, foi maior do que na pesquisa Focus.
Com o passar do tempo e o com o ganho de experiencia do banco central na realização da pesquisa, a Firmus irá se somar com a já consolidada pesquisa Focus para abastecer e tornar mais robusto o conjunto de informação da autarquia no seu processo de tomada de decisão sobre a política monetária.
Por fim, apesar de ainda incipiente, estando apenas na sua primeira leitura, a nova pesquisa Firmus já mostra um quadro de desancoragem relevante das expectativas de inflação para os próximos anos aos olhos dos empresários que atuam na economia real. Isso reforça o cenário que já vinha sendo observado na pesquisa Focus de uns meses para cá de desancoragem adicional das expectativas, o que deve forçar a autoridade monetária a adotar uma cautela ainda maior na sua política de juros daqui em diante.