Economia

Publicado em 16 de Setembro às 08:15:40

O dilema do Banco Central

Os dados de atividade da economia brasileira continuam mostrando um desempenho acima do esperado pelos analistas. Após o forte crescimento do setor de serviços, 1,2% em julho em relação a junho, quando as expectativas apontavam para estabilidade, os dados do setor de comércio também vieram acima das expectativas.

As vendas no varejo no conceito restrito mostraram aumento de 0,6% em julho em relação a junho (expectativas de 0,5%) enquanto no conceito ampliado cresceram 0,1%, quando as expectativas apontavam para queda de – 0,4% no mês.

O crescimento de 1,4 do PIB no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre de 2024  e o bom desempenho do mercado de trabalho refletem este bom comportamento da atividade, com taxa de desemprego em níveis baixos historicamente (6,8% da força de trabalho) e crescimento real da massa salarial próximo 8,0% ao ano.

Estes dados mostram uma economia bastante aquecida. Entretanto, apesar do aquecimento da atividade econômica, a variação dos preços no mês de agosto, o IPCA, não apenas mostrou deflação de – 0,02%, assim como apresentou uma boa composição, com desaceleração dos núcleos de inflação, dos preços dos produtos industriais, dos serviços e dos serviços subjacentes.

Apesar disto, as expectativas para a inflação nos próximos quatro anos continuam acima das respectivas metas e a política fiscal continua excessivamente expansionista e incapaz de estabilizar a dívida pública, gerando forte pressão sobre as taxas de juros dos títulos longos e sobre a taxa de câmbio. A questão é como irá reagir o Banco Central diante de um cenário de economia aquecida, expectativas para a inflação acima da meta, taxa de juros e de câmbio pressionadas e inflação presente bem comportada. Este o dilema do Banco Central na reunião de quarta feira.

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações