Economia

Publicado em 24 de Julho às 18:56:50

O fiscal, o risco e os preços dos ativos financeiros

Os preços dos ativos financeiros continuam a sinalizar desconforto dos investidores com a evolução da situação fiscal do Brasil. Após um ligeiro alívio com a mudança de postura do Presidente Lula da Silva quanto à necessidade de promover o ajuste fiscal, a divulgação do Relatório de Receitas e Despesas do governo federal decepcionou os investidores.

O Relatório, que indicou um corte e contingenciamento de despesas de R$ 15 bilhões, acima das expectativas dos investidores que apontavam para algo mais próximo a R$ 10 bilhões de corte de gastos, trouxe também a indicação de que o governo não deverá perseguir a meta de déficit zero em 2024, mas que está satisfeito com o limite inferior do intervalo de metas que indica um déficit primário de – 0,25% do PIB, ou R$ 28,9 bilhões no ano.

Por um lado, ao aceitar o limite inferior do intervalo de meta de superavit zero, caso ocorra alguma imprevisibilidade ou alguma previsão de receita ou de despesa não se cumpra, o governo deverá mudar a meta. Ou seja, voltamos à estaca zero na questão fiscal. Por outro lado, ao aceitar ficar no limite do intervalo, a tendência é que a trajetória de dívida cresça a taxas mais elevadas no futuro próximo, o que tende a aumentar os prêmios de risco do país e, portanto, reduzir os preços dos ativos.

Neste contexto, as taxas de juros dos títulos longos (2029) voltaram a níveis acima de 12,00% ao ano, o IBOVESPA  voltou para os níveis de 126 mil pontos e a taxa de câmbio voltou a se aproximar de R$ 5,70 por Dólar. Nesta trajetória, em algum momento, o Banco Central terá de escolher entre mais inflação ou mais juros.

Acesse o disclaimer.

Leitura Dinâmica

Recomendações