As reuniões do Fundo Monetário Internacional (IMF) e do Banco Mundial (WB), realizadas em Washington na última semana, foram dominadas por reclamações por parte de diferentes países decorrentes da estratégia do Presidente Donald Trump de primeiro impor unilateralmente elevados níveis de tarifas sobre importações de praticamente todos os países e somente abrir negociações após o fato consumado.
Após anunciar unilateralmente elevados níveis de tarifas, uma semana após o anúncio o governo americano reduziu o valor das tarifas generalizadas para 10% durante 90 dias, com o objetivo de renegociar o valor das tarifas caso a caso, exceto para aqueles países que retaliaram o valor inicial, como foi o caso da China. Diante da reação da China que retaliou com tarifas similares às implementadas pelo Estados Unidos, o governo americano dobrou a aposta, implementado uma tarifa de 145% sobre todas as importações chinesas.
A questão é que dado o elevado número de países que pretendem negociar suas tarifas, o prazo definido pelo governo americano, 90 dias, tem sido considerado exíguo por parte dos países para implementar o grande volume de negociações. Por outro lado, o comércio e as negociações entre os países e, em especial, entre os Estados Unidos e China, estão começando a dar sinais de estagnação, o que começa a gerar sintomas de desaceleração das economias e aumento de pressão sobre os preços dos bens.
A questão é que os Estados Unidos são o maior mercado consumidores do mundo e o país que tem os menores níveis de tarifas e menos barreiras não tarifárias do mundo. Concretamente, ninguém quer perder este mercado.
Por um lado, os consumidores americanos têm acesso aos melhores bens do mundo pelo menor preço. Por outro lado, é extremamente difícil conseguir competir com outros países que têm elevadas restrições tarifárias e não tarifárias, o que gerou redução da produção industrial do país.
Enquanto estas negociações não ocorrem, a redução do volume do comercio tende a reduzir, rompimento das cadeias produtivas, desaceleração da economia e pressão sobre os preços. O impasse continua.