Na sexta-feira, o governo divulgou o relatório bimestral de receitas e despesas, indicando um bloqueio de R$ 6 bilhões no orçamento de 2024. A reação dos analistas que se manifestaram após a divulgação foi mista. De qualquer forma, as atenções continuam voltadas para a divulgação do programa de ajuste fiscal prometido pelo Ministro da Fazenda.
Existe um grande pessimismo entre os investidores quanto ao teor deste programa de ajuste fiscal. Os vários adiamentos do anúncio do programa e as consultas feitas pelo Presidente da República aos Ministros que serão diretamente afetados pelo corte de gastos, indicam indecisão, falta de convicção e falta de poder decisório por parte do governo.
Além disso, o Ministro chefe da Casas Civil, Rui Costa, declarou na semana passada que os gastos com educação e saúde não serão afetados pelo programa.
Por outro lado, o Ministro da Fazenda tem tentado indicar que algumas mudanças estruturais serão implementadas, como uma pequena reforma na previdência dos militares, com a criação de idade mínima para aposentar em 55 anos, colocar o reajuste real do salário-mínimo dentro do arcabouço fiscal, substituindo o crescimento do PIB de dois anos atrás pelo limite de crescimento dos gastos de 2,5%, mudanças no seguro desemprego, entre outras medidas.
Porém, o pior cenário seria um novo adiamento do anúncio do programa, o que não está totalmente descartado. A pergunta que está na cabeça de todos os investidores é: o que vem por aí?