Economia

Publicado em 17 de Dezembro às 08:37:53

O termômetro quebrou

Os preços dos ativos financeiros no Brasil continuam em trajetória de forte deterioração, apesar do pacote de contenção do gasto público enviado ao Congresso pelo governo e da decisão do Copom, que aumentou a taxa de juros em 1,00 ponto de porcentagem e prometeu mais dois aumentos de mesma magnitude nas duas próximas reuniões do comitê.

Os sinais de desequilíbrio macroeconômico generalizado se acentuaram nos últimos dias, com expectativas para a inflação desancoradas e em aceleração, agora atingindo as expectativas para 2027, que já se encontram acima da meta, as taxas de juros dos títulos longos continuam a aumentar, tendo já atingido níveis próximos a 16,00 ao ano (o que gerou um circuit beaker no Tesouro Direto) e o Dólar “namora” o nível de R$ 7,00, apesar das intervenções do Banco Central na venda da moeda.

As declarações do Presidente Lula de que a única coisa errada no Brasil hoje é a taxa de juros de 12,00% ao ano e que irá resolver este problema, sugerindo que pretende interferir na política monetária, certamente não ajudam. Da mesma forma, as indicações de membros do PT de que não deverão aprovar as mudanças propostas nas condições de acesso ao Benefício da Prestação Continuada, que é a parte mais importante do pacote de contenção dos gastos, colocam ainda mais lenha na fogueira.

Diz a lenda que a taxa de câmbio é o “termômetro” através do qual os políticos em Brasília avaliam o estado de saúde da economia brasileira. Parece que este “termômetro” quebrou.

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