O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu na noite de ontem (2) cortar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Este foi o primeiro corte na taxa básica de juro do Brasil em três anos.
Para o mercado, as opiniões estavam divididas entre queda de 0,25 e 0,5 ponto percentual. Ainda assim, a decisão do Banco Central supreendeu os especialistas pela magnitude, uma vez que a mediana de expectativas era mais baixa.
O corte, com cinco votos favoráveis e quatro contrários, contou com participação decisória, de desempate, de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central que viveu períodos de rusgas com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e o presidente Lula.
Para evitar especulações na curva de juro, em comunicado, o BC já sinalizou para o mercado novas quedas de mesma magnitude nas próximas reuniões. Segundo o comitê, o ritmo de 0,5 ponto percentual é adequado para manter a política monetária contracionista, com espaço para manobras caso a inflação volte a escalar. Assim, a Selic deve chegar ao final de 2023 no patamar de 11,75% ao ano.
Apesar da pressão negativa no exterior por conta do rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos, a expectativa é que o desempenho dos ativos brasileiros melhore ao longo do tempo, em especial a bolsa de valores, que tem potencial para atrair aporte estrangeiro neste cenário. A entrada de recursos de renda variável no país também pode ajudar a valorizar o real.
Entre as empresas que se beneficiam da queda do juro, a menção especial fica para as ações de empresas de varejo, como Magalu, que dependem do crédito. O mesmo vale para o setor imobiliário, altamente impactado pelo encarecimento do fiananciamento na escalada da Selic. Os resultados corporativos de comapnhias varejistas, de imóveis e indústria devem melhorar significativamente no segundo semestre.
Assista à análise sobre o corte na Selic, no canal da Genial, com considerações de José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial, e Roberto Motta, estrategista de Macroeconomia.
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