Após a forte reação negativa dos investidores na semana passada, com desvalorização do Real, aumento das taxas de juros e queda dos preços das ações, o governo parece ter decidido reagir. A pergunta é se a reação será suficiente para acalmar os investidores. o comportamento do mercado financeiro no início da semana indica que os investidores parecem ter decidido esperar para ver e dar ao governo o benefício da dúvida.
Como o salário-mínimo é o indexador dos pisos da previdência social, do BPC, do seguro-desemprego e do abono salarial, ela é um dos principais vilões do aumento de gastos. Além da política do salário-mínimo, a indexação dos gastos com educação e saúde à variação das receitas tributárias é outra fonte importante de aumento de gastos.
Existem três opções: retirar o ganho real do salário-mínimo (crescimento do PIB dois anos antes), ou desindexar os programas do salário-mínimo e desvincular os pisos dos recursos da saúde e educação das receitas tributarias. Todas são políticas ligadas à área social.
Talvez por esta razão, os ministérios da área social, saúde, educação, trabalho, desenvolvimento social, previdência social, foram chamados para discutir o pacote de ajuste fiscal.
Não são propostas politicamente palatáveis. Além de serem propostas que têm sido publicamente rejeitadas não apenas pelo Partido dos Trabalhadores, mas também pelo próprio presidente Lula da Silva. Parece pouco provável que serão implementadas.