A Genial, em conjunto com o instituto Quaest, divulgaram ontem mais uma pesquisa com o objetivo de conhecer como o mercado financeiro, ou seja, os investidores, estão avaliando o governo do Presidente Lula da Silva. Foi a quarta pesquisa com participantes do mercado financeiro divulgada pelas duas instituições desde o início do governo. A avaliação positiva do governo Lula voltou a cair, saindo de 20% em julho para 12% em setembro, enquanto a avaliação negativa, que havia caído de 86% para 44% entre maio e julho, voltou a subir para 47% em agosto. Ao mesmo tempo, a avaliação positiva do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, caiu de 65% em julho para 46% em setembro, enquanto a avaliação negativa do Ministro subiu de 11% para 23%. Em outras palavras, o descolamento entre a avaliação positiva do Ministro da Fazenda e a do governo observado no mês de julho, desapareceu no mês de setembro, puxando a avaliação do ministro para baixo.
A política fiscal dominou o sentimento negativo dos investidores. “A falta de uma política fiscal que funcione” é, segundo 57% dos investidores, o principal problema da economia brasileira no momento, 95% dos entrevistados não acreditam que o governo vai conseguir zerar o déficit fiscal em 2024, sendo que, para 86% dos entrevistados não será possível zerar o déficit mesmo que todas as medidas enviadas pelo governo ao congresso forem aprovadas. Caso as medidas necessárias para atingir a meta não sejam aprovadas, 37% dos investidores consideram que as metas serão abandonadas. O novo PAC é considerado uma medida negativa por 71% dos entrevistados, 85% consideram o total de investimentos projetado pelo programa como inadequado e 86% consideram que estes investimentos não serão eficientes para fazer o país crescer.
O dado positivo do levantamento foi a avaliação de 42% dos investidores que o governo está preocupado com o controle da inflação, um aumento significativo em relação a 34% de julho e 20% de maio, provavelmente devido à decisão do Conselho Monetário Nacional de manter a meta para a inflação em 2026 em 3,0% ao ano. Entretanto, mais de 50% dos investidores ainda acreditam que o governo continua não preocupado com a inflação. A atuação do Presidente do Banco Central é positivamente avaliada por 85% dos investidores, mas 68% se declararam muito preocupados em relação à futura indicação do Presidente Lula para a presidência do BACEN.
O cenário mostrado pela pesquisa é claro. A questão fiscal já preocupa seriamente os investidores. O desempenho negativo das receitas e despesas do governo no primeiro semestre de 2023 assim como o comportamento dos preços dos ativos brasileiros ao longo do mês de agosto, desvalorização do Real frente ao Dólar, queda dos preços das ações e aumento das taxas de juros dos títulos mais longos, já antecipavam este resultado.