Economia

Publicado em 15 de Maio às 16:28:07

Petrobras: de volta ao passado

Depois de longa agonia, o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, foi demitido pelo Presidente da República. A demissão foi decidida em reunião do Presidente Lula com o Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira e o Chefe da Casa Civil da Presidência, Rui Costa. No lugar de Prates, foi indicada a ex-diretora geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard. Caso seja efetivamente aprovada, será a oitava presidente da empresa no espaço de 8 anos.

A demissão de Jean Paul Prates coloca um ponto final na disputa entre ele e os Ministros das Minas e Energia e o chefe da Casa Civil da Presidência, que já durava mais de um ano, em torno da utilização da empresa para tocar a agenda de desenvolvimento nacional desejada pelo governo. Em outras palavras, no lugar de concentrar os investimentos da empresa na extração de petróleo no pré-sal, onde é mais lucrativo, a estratégia é aumentar a exigência de conteúdo nacional nas compras da empresa, incentivar a implantação de uma indústria naval no país, utilizar a política de preços de combustíveis com objetivos “sociais” deixando de seguir os preços internacionais da commodity, voltar a investir em refinarias, reestatizar a Refinaria de Mataripe e finalizar a Refinaria Abreu e Lima, entre outros projetos. Uma volta ao passado (2006/2014), quando a Petrobras se tornou a empresa mais endividada do mundo.

Com esta decisão, aumentaram os receios de interferência política do governo em empresas estatais, o que colocou o Ibovespa em território negativo e pressão por desvalorização do Real frente ao Dólar, apesar dos sinais positivos das bolsas de valores nos Estados Unidos e da desvalorização do Dólar no mercado internacional, devido ao Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da economia americana relativamente bem comportado divulgado ontem.

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