A disputa entre os Ministros da Casa Civil e o Ministro das Minas e Energia, de um lado, e o Presidente da Petrobras, de outro, dominaram o cenário da economia brasileira na semana passada. A disputa se intensificou com a discussão em torno de se os lucros extraordinários da empresa devem ser distribuídos sob a forma de dividendos para os acionistas ou retidos para serem investidos no futuro.
Correndo por fora está o Ministro da Fazenda, que teria um reforço de caixa de R$ 12,6 bilhões, caso os dividendos fossem distribuídos aos acionistas, o que aumentaria a probabilidade de atingir a meta de déficit fiscal zero em 2024.
A resolução deste conflito depende de decisão do Presidente da República, que ainda não se pronunciou oficialmente e deverá ocorrer já nesta semana. Qualquer que seja o resultado final da contenda, ela mostra o grau de intervencionismo do governo nas empresas estatais.
No cenário internacional, os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, com a geração de 303 mil postos de trabalho (expectativas de geração de 200 mil), queda da taxa de desemprego para 3,8% da força de trabalho e aumento do salário médio por hora de 4,14% em termos anuais surpreenderam. Todos os indicadores apontando para um mercado de trabalho forte e com aumentos salariais acima do compatível com a meta para a inflação de 2,0% ao ano.
Com estes dados, a expectativa de que o Federal Reserve (Fed), o central americano, inicie o processo de queda da taxa de juros começa a se deslocar de junho para julho, e alguns diretores do Fed já começam a falar em apenas uma redução da taxa em 2024. O que gerou pressão de valorização do Dólar no mercado internacional e desvalorização do Real na semana.