Em maio, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) registrou criação líquida de 149,0 mil postos de trabalho formais, resultado que ficou um pouco aquém da mediana das projeções de mercado (171,8mil, Broadcast+), desacelerando em relação as 237,4 mil vagas geradas em abril.
O resultado foi derivado da combinação entre a admissão de 2,256 milhões e do desligamento de 2,107 milhões de trabalhadores em maio. No acumulado dos últimos 12 meses se observou uma desaceleração marginal, com as 1,684 milhão de vagas criadas até o período findo em maio de 2024 dando lugar a 1,628 milhão de postos de junho de 2024 a maio de 2025.
Em relação aos salários, vale destacar que a razão entre o salário de demissão e admissão, métrica utilizada para medir o aperto no mercado de trabalho, apesar de ainda se encontrar em um patamar historicamente elevado, apresentou sinal incipiente de redução iniciada pela queda no salário de demissão.
Apesar do dado do CAGED de maio ter vindo abaixo do esperado, apresentando os primeiros sinais mais críveis de desaceleração por conta de a métrica com ajuste sazonal também ter vindo mais fraca, a Pnad continua a apontar para um mercado de trabalho bastante aquecido e que ainda não apresentou inflexão. Vale destacar que momentos como esse (de CAGED enfraquecendo com Pnad ainda forte) já foram observados nos últimos anos e acabaram transmitindo mais ruído do que sinal a respeito da trajetória futura do mercado de trabalho.
Visto isso, pode ser prematuro concluir que já há uma tendência de desaceleração do mercado de trabalho em curso não só pelo fato de que movimentos similares do CAGED já foram enganosos no passado recente, como também por conta do acúmulo de medidas de impulso à demanda que são esperadas para incidir sobre a economia brasileira daqui em diante.