Economia

Publicado em 18 de Março às 17:56:23

Política monetária em foco

Os dados continuam a sinalizar cautela na política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. Nos Estados Unidos os dados de inflação de janeiro e fevereiro vieram acima do esperado e sinalizando estabilização na trajetória de queda da taxa de inflação acima da meta. Em especial, o núcleo do índice de preços ao consumidor, o CPI, atingiu 3,8% em fevereiro, praticamente o dobro da meta de 2,0%.

Desde o início de 2024, a expectativa de que o FOMC irá iniciar o processo de queda da taxa básica de juros passou de março para junho de 2024 e aproximadamente metade dos investidores já adiaram o início para o segundo semestre. O total de cortes esperado em 2024, que já foi de 1,75 pontos de porcentagem, está hoje em 0,75 pontos de porcentagem. E, aparentemente, este movimento ainda não parou. Alguns investidores começam a avaliar a possibilidade de que os cortes somente comecem em 2025.

Este movimento afeta a política monetária no Brasil, reduzindo o espaço para quedas da SELIC. Quanto maior a taxa de juros esperada nos Estados Unidos, maior a taxa básica de juros factível no Brasil. A questão é: qual o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos que não gera pressão sobre a taxa de câmbio e, portanto, sobre a inflação.

O Copom deverá sinalizar este movimento com uma pequena, mas importante mudança no comunicado que se seguirá à reunião desta semana. Em especial, a afirmação de que novas quedas da taxa de juros, de mesma magnitude, deverão ser implementadas nas próximas reuniões do Copom deverá ser alterada. Alguns analistas têm sugerido retirar o plural da expressão. Uma alternativa que, a nosso ver, daria mais graus de liberdade do Copom seria simplesmente retirar a expressão “de mesma magnitude” do comunicado.

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