Os dados do PMI industrial de julho mostram que a economia asiática segue apresentando um desempenho anêmico, surpreendendo o mercado que tinha como expectativa uma recuperação mais expressiva com o fim da política de tolerância zero-Covid. O PMI Caixin recuou de 50,5 pontos para 49,2 pontos em julho, ficando abaixo do nível neutro (50) e do consenso de mercado de 50,1 pontos, sinalizando contração da atividade manufatureira no país.
A fraqueza do índice refletiu as quedas tanto do lado da demanda quanto da oferta, visto que os indicadores de produção e de novas ordens recuaram para patamares abaixo do nível neutro. Além disso, vale destacar que a pesquisa também reforçou a visão pessimista sobre as exportações, haja vista o forte recuo do indicador de novos pedidos de exportação, que atingiu o menor nível registrado em 10 meses, reforçando a visão de que o setor externo também não traz ventos favoráveis.
No que diz respeito ao setor de serviços, o non-manufacturing PMI recuou de 53,2 para 51,5 pontos, ficando abaixo do consenso de estabilidade em 53 pontos. As principais causas desta deterioração vieram do setor de serviços e da construção, que também foi reflexo de uma piora do indicador de novas ordens, sinalizando que o processo de reabertura da economia gerou um processo de curta duração de recuperação da atividade econômica.
A sequência dos dados divulgados nos últimos meses tem, em sua grande maioria, apontado para a perda de tração do dinamismo da economia chinesa. Este cenário aumenta a pressão sobre o governo chinês, que corre contra o relógio, para anunciar mais estímulos a fim de evitar um pouso forçado da economia chinesa ao longo do segundo semestre de 2023.