Na semana passada, Reino Unido e Estados Unidos chegaram a um acordo nas negociações em torno das tarifas recíprocas entre os dois países. Foi o primeiro processo negocial bem-sucedido. Ao longo do final de semana, os representantes da China e dos Estados Unidos se uniram em Genebra, Suíça, para iniciar as negociações.
A expectativa é que este será um processo mais difícil e mais demorado. O Presidente Trump já indicou que gostaria de ter um nível generalizado de 80%, um nível bastante elevado, o que, na melhor das hipóteses, pode ser um início das negociações.
Os dados do setor real da economia americana, emprego, inflação, etc., continuam relativamente dentro das expectativas, desaceleração da economia e indícios de pressão inflacionária no horizonte. Mas a perda de credibilidade do governo americano tem gerado saída do Dólar e de ativos financeiros americanos, na medida em que, para alguns analistas, pode ser um início da perda de hegemonia da Dólar no mercado internacional. Está muito longe disso, mas aparentemente, surpreendeu o governo americano.
Na China, os sinais também começam a preocupar. Além de sinais informais e narrativas de viajantes indicando que os portos da China estão cheios de produtos ao mesmo tempo em que o porto de Los Angeles, o maior porto da costa oeste americana, está vazio, alguns dados formais já mostram dificuldades com as exportações.
No mês de abril, as exportações da China para os Estados Unidos mostraram queda de – 21% no mês. Ao mesmo tempo, as exportações para outros países mostraram forte crescimento. Para os países do sudeste asiático houve aumento de + 21%, América Latina + 17%, África + 25% e União Europeia + 8,3%. Este movimento mostra um desvio de comercio que dificilmente será absorvido pelos outros países do mundo.
Por outro lado, os dados de inflação continuaram a mostrar fraqueza, o que indica redução da demanda e excesso de oferta. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) mostrou deflação de – 0,1% em abril, em termos anuais. A redução brusca das exportações torna o cenário ainda mais difícil.
A desaceleração do crescimento da economia chinesa nos últimos anos, a crise do mercado imobiliário, a diminuição da taxa de natalidade e a redução da população em termos absolutos, o excesso de oferta decorrente do excesso de investimento em relação ao consumo, a redução brusca das exportações vai intensificar esta crise estrutural que vive o país.
Com os sinais negativos de ambos os lados, as declarações principalmente dos negociadores americanos indicam um início positivo nas declarações.