Economia

Publicado em 29 de Dezembro às 07:53:39

Processo de desinflação soluça

O IPCA-15 apresentou avanço de 0,40% m/m em dezembro, registrando um leve aumento em relação ao resultado do mês anterior (0,33%) e vindo muito acima da mediana do mercado (0,25%, Broadcast). Apesar disso, na métrica em doze meses a inflação caiu abaixo do limite superior do intervalo de metas (4,75%), se encontrando agora em 4,72%).

Apesar da já conhecida sazonalidade de final, com a alta temporada do turismo, o item de passagem aérea continuou a surpreender para cima. Além disso, a inflação de serviços e de serviços subjacentes voltou a subir na métrica da média móvel de três meses (MM3M) anualizada, se afastando ainda mais de um patamar condizente com a meta de 3,0%.

O preço dos serviços voltando a ficar pressionados antes que o processo de desinflação se concretizasse evidencia os riscos de um processo que esperávamos que só se materializasse no ano que vem, mas que já pode ser observado no final desse ano. Com o forte vigor do consumo das famílias e com a queda forte tanto da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) como da Taxa de Investimento, criou-se um terreno fértil para que pressões de demanda não encontrassem respaldo na capacidade da economia brasileira expandir a sua oferta agregada, o que, em última instância, resulta em mais pressão sobre os preços.


Contudo, a despeito de tudo isso, ainda há espaço para o Banco Central continuar cortando no ritmo atual de 50 pontos-base, mas continuamos prevendo uma Selic terminal ao final desse ciclo de cortes de 9,75%, mais alta do que a mediana do mercado por conta da possível emergência de desequilíbrios de oferta e demanda no próximo ano.

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