Os dados de inflação da China continuam a mostrar uma recuperação da economia abaixo do esperado pelos analistas. O índice de Preços ao Consumidor mostrou estabilidade em termos anuais e deflação de – 0,2% no mês de junho em relação a maio, enquanto o Índice de Preços ao Produtor mostrou deflação de – 5,4% em termos anuais e – 0,8% no mês de junho em relação a maio. Vários analistas começam a sugerir que a economia chinesa está próxima a uma deflação, com todos os riscos daí decorrentes
Após o fim das restrições à mobilidade urbana e dos lockdowns gerados pela política de Covid zero adotada pelo governo chinês para combater a pandemia, a economia do país tem mostrado uma retomada menos forte que o esperado pelos analistas, mas em linha com nosso cenário.
Como o setor serviços no país é relativamente pequeno, se comparado aos países ocidentais e a retomada da economia tem se baseado principalmente neste setor, o setor imobiliário corresponde a 25% do PIB do país e está em forte crise, e a taxa de desemprego de jovens está acima de 20% da força de trabalho, a retomada da economia tem decepcionado os analistas e o governo.
Diante deste cenário, o governo da China anunciou ontem novas medidas de estímulo ao setor imobiliário a fim de gerar empregos e induzir o consumo. Por outro lado, o Banco Central da China (PBoC), após duas quedas da taxa de juros, anunciou que irá estender a política de apoio ao setor imobiliário como parte dos esforços para incentivar a recuperação econômica. Com estas novas medidas de apoio à economia, a expectativa do PBoC é que a meta de crescimento de 5,0% em 2023 seja atingida. O que nos parece pouco provável. Com isso, os preços dos ativos financeiros iniciaram a semana em queda, desvalorização do Real frente ao Dólar, aumento das taxas de juros e queda dos preços das ações.