Economia

Publicado em 18 de Setembro às 18:16:40

Reforma Ministerial: o que esperar

Após mais de três meses de idas e vindas, finalmente a reforma ministerial começou a ser implementada na semana passada. Foram nomeados dois novos ministros, ambos de partidos do Centrão. O deputado André Fufuca, do PP, foi nomeado Ministro dos Esportes e o deputado Silvio Costa Filho, do PR, Ministro de Portos e Aeroportos. Para isto, a Ministra dos Esportes, Ana Moser, foi demitida, e foi criado um novo ministério, das micro e pequenas empresas, para o ministro Márcio França. Além disso, segundo o Presidente da Câmara, Deputado Arthur Lira, a presidência e todas as vice-presidências da Caixa Econômica Federal serão ocupadas por membros destes dois partidos. O objetivo da reforma é trazer estes dois partidos para a base do governo e, com isto, facilitar a aprovação da pauta de projetos de aumento de carga tributária enviada ao Congresso pelo Ministério da Fazenda.

Diante da resistência declarada de parte importante dos deputados destes partidos a apoiar o governo, inclusive o próprio presidente do PP, senador Ciro Nogueira, uma pergunta é quanto das bancadas destes dois partidos irá efetivamente apoiar a agenda do governo. Um aspecto interessante a ser considerado é que a base parlamentar do atual governo está, cada vez mais, concentrada em deputados do Partido dos Trabalhadores e seus satélites (PSB, PSOL, etc.) e em políticos do nordeste. A proposta da campanha eleitoral de ser um governo de frente ampla se perdeu ao longo dos primeiros meses de governo, a nosso ver devido à forte polarização existente hoje na sociedade brasileira. E, exatamente pelo mesmo motivo, avaliamos que este viés regional deverá persistir no que se refere ao apoio à agenda do governo dentro do PP e do PR. Deputados do nordeste deverão, em grande parte, passar a compor a base do governo enquanto deputados do sul, sudeste e centro-oeste deverão manter a postura oposicionista, votando a favor de pautas consideradas “do país” e contra pautas claramente partidárias, como tem sido desde o início do governo.

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