As dúvidas dos investidores quanto à direção da política monetária no Brasil continuam. As declarações do Diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e mais provável candidato à Presidência da instituição a partir de janeiro de 2025, com teor fortemente contracionista, têm sido acompanhadas com cuidado pelos investidores.
Em suas últimas declarações, o Diretor tem repetido que a futura diretoria do Banco Central não hesitará em aumentar a taxa de juros, caso isto se faça necessário para levar a inflação para a meta de 3,0% ao ano. Apesar desta tentativa de reverter o sentimento de desconfiança dos investidores via declarações, as expectativas para a inflação continuam desancoradas e em elevação.
Segundo a pesquisa Focus desta semana, a expectativa para a inflação em 2024 passou de 4,22% para 4,25%, já próxima do limite superior do intervalo de metas para a inflação do ano. Para 2025, que é o horizonte relevante da política monetária, subiu de 3,91% para 3,93%. Para 2026 permaneceu estável em 3,60% e em 2027 em 3,50%.
Ao mesmo tempo em que aumentam a expectativa para a inflação, os analistas começam a colocar em suas projeções a possibilidade de aumento da SELIC em 2024, devido à desancoragem cada vez maior das expectativas.