Após uma semana bastante positiva para os preços dos ativos financeiros no Brasil e no mundo devido à sinalização por parte do banco central americano de que poderá iniciar o movimento de queda das Fed Funds em março de 2024, o mercado financeiro no Brasil entrou em “compasso de espera”.
Além da sinalização do Federal Reserve, o Congresso aprovou a Medida Provisória 1185, considerada pelo Ministério da Fazenda como indispensável para obter déficit primário zero em 2024. Ao mesmo tempo, aprovou a Reforma Tributária que poderá ter efeitos positivos sobre o desempenho da economia no longo prazo.
Por outro lado, o Congresso derrubou 13 vetos do Presidente Lula da Silva, inclusive o veto ao projeto que acabava com a desoneração da folha de pagamentos que, segundo o Ministério da Fazenda gera uma perda de receita tributária de R$ 20 bilhões, praticamente compensando os ganhos de receitas decorrente da aprovação da MP 1185, o que mostra que o governo não tem maioria no Congresso, tendo de negociar caso a caso a aprovação de seus projetos.
Sem uma maioria estável no Congresso e com a necessidade de aprovar novas medidas de aumento de receitas tributárias, permanece o ceticismo entre investidores quanto à capacidade do Ministro da Fazenda conseguir zerar o déficit primário em 2024, o que mantém a questão fiscal como o principal risco para o bom desempenho da economia brasileira no próximo ano.