A sinalização do banco central americano (Federal Reserve) de que deverá afrouxar a postura da política monetária do país ao longo do próximo ano, reforçada pelas decisões do Banco Central Europeu e do Banco da Inglaterra e pelas declarações mais duras de seus respectivos presidentes, gerou aumento do diferencial de juros esperado entre os países, forte queda nas taxas de juros dos títulos do tesouro americano e desvalorização do Dólar frente às moedas de seus pares desenvolvidos (o DXY que mede o valor do Dólar em relação a uma cesta de moedas de países desenvolvidos chegou a cair mais de 1% no dia).
No Brasil, a decisão do Copom de reduzir a SELIC em 0,5 pontos de porcentagem, como esperado, e manter o anúncio de novas reduções de mesma magnitude nas próximas reuniões do Comitê, também teve o efeito de aumentar o diferencial de juros esperado entre o Brasil e os Estados Unidos.
Esta combinação de um Banco Central americano mais agressivo e um Banco Central brasileiro mais conservador, gera pressão por valorização do Real frente ao Dólar, acentuando os efeitos desinflacionários no Brasil, e reduz a taxa de juros terminal no atual ciclo de queda. O que traz de volta ao cenário a possibilidade de SELIC de um dígito no final deste processo.