Semana bastante positiva para os ativos financeiro no Brasil e no mundo. No cenário internacional, o discurso do presidente do Federal Reserve indicando que o Comitê de mercado aberto do Fed (Fomc) iniciou a discussão de quando iniciar o processo de queda da taxa de juros e as projeções dos membros do Comitê de que os Fed Funds deverão fechar o ano de 2024 com uma redução de entre 0,5 e 1,50 pontos de porcentagem, fez com que os investidores antecipassem suas projeções para o início do processo em março de 2024. Os preços dos ativos financeiros reagiram com forte elevação.
No Brasil, o Copom decidiu reduzir a taxa SELIC em 0,5 p.p. e manteve a avaliação de que novas quedas de igual magnitude deverão ocorrer nas próximas reuniões do Comitê. Com as projeções de que as taxas de juros nos Estados Unidos deverão entrar em trajetória de queda já em março de 2024, aumenta a probabilidade de que no final do ciclo de queda a SELIC possa atingir um dígito. Voltamos a projetar SELIC a 9,75% ao ano no final do ciclo.
O Congresso aprovou a Reforma Tributária e a Medida Provisória 1185, que o Ministro Fernando Hadad considera a mais importante para conseguir zerar o déficit em 2024. Ao mesmo tempo, 13 vetos do Presidente Lula da Silva foram derrubados no Congresso, inclusive o veto que acabava com a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia. A estimativa do Ministério da Fazenda é que isto significa uma redução de receitas da ordem de R$ 20 bilhões, praticamente compensando o aumento de receita decorrente da aprovação da MP 1185, o que mantém o ceticismo em relação à capacidade do governo de atingir déficit primário zero em 2024.
Estes eventos mostram que o governo tem sido competente para negociar seus projetos, mas não tem maioria suficiente para aprovar projetos polêmicos no parlamento. No cômputo geral, os resultados foram bastante positivos, gerando otimismo para 2024.