A combinação de dados positivos nos Estados Unidos e no Brasil na semana passada, se traduziu em uma semana positiva para os preços dos ativos financeiros no Brasil: queda das taxas de juros, aumento dos preços das ações e valorização do Real frente ao Dólar. Nos Estados Unidos, os dados de inflação mostraram a continuidade do processo de desaceleração, com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e o Índice de Preços ao Produtor (PPI) abaixo do esperado pelos investidores. Com isso, aumentou a expectativa de que a taxa de juros básica da economia americana tenha atingido seu ponto mais elevado no atual processo de ajuste.
No Brasil, o fraco desempenho do setor serviços, que mostrou uma queda de – 0,3% no mês de setembro em relação a agosto (expectativa de 0,4%), após queda de – 0,8% no mês anterior, o IBC-Br decepcionou, com redução de – 0,06% em outubro em relação a setembro (expectativas de 0,2%), também pelo segundo mês consecutivo e um IPCA de 0,24%, abaixo do esperado (0,29%) e com composição positiva, deram o tom do comportamento dos mercados.
Ao mesmo tempo, ao manter a meta de superávit zero em 2024 pelo menos até março, o governo adiou o problema para o próximo ano, mantendo a incerteza quanto ao equilíbrio fiscal. Esta incerteza mantém a pressão sobre a taxa de câmbio e a inflação parcialmente desancorada e dificulta a política monetária, tirando do horizonte a aceleração do processo de queda da taxa SELIC na reunião de de dezembro de 2024.