O desempenho do setor de serviços no Brasil continua a surpreender positivamente. Após uma queda de – 1,5% no mês de abril em relação a março, o setor apresentou crescimento de 0,9% no mês de maio em relação a abril. O número veio bem acima das expectativas que apontavam para um crescimento de 0,4% no mês.

Além do forte crescimento do setor de transporte de cargas, claramente influenciado pelo excelente desempenho da agropecuária no primeiro trimestre de 2023, os serviços prestados às famílias mostraram crescimento de 1,1% no mês de maio e outros serviços também cresceram 0,6% no mês.

Além da agropecuária, o setor de serviços continua puxando a retomada do crescimento da economia brasileira (e da economia mundial, de modo geral) no pós-pandemia. Como é um setor muito intensivo em mão de obra, isto significa também um mercado de trabalho apertado, com baixas taxas de desemprego e aumentos importantes dos salários reais. De um lado, reforça o crescimento das economias. De outro, gera pressão inflacionária e força os bancos centrais a adotarem políticas monetárias contracionistas para atingir as metas para a inflação.

A surpresa positiva do setor de serviços reforça nossa expectativa de que o Banco Central do Brasil deverá iniciar o processo de queda da SELIC na reunião de agosto de 2023, com uma redução de 0,25 pontos de porcentagem da taxa de juros.