O setor de serviços voltou a crescer em agosto, com alta de 0,1% em relação a julho, ligeiramente acima das expectativas do mercado e da nossa projeção. Esse é o sexto mês seguido de expansão, levando o setor ao maior nível já registrado. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta foi de 2,5%, mostrando que, mesmo com o ambiente econômico mais difícil, o setor continua sustentando o crescimento da economia brasileira.
O bom resultado veio, principalmente, do aumento nas atividades ligadas às famílias, como hospedagem e alimentação, que subiram 1,0% no mês. Também contribuíram os serviços profissionais e administrativos, que cresceram 0,4%, e os transportes, com avanço de 0,2%. A única queda mais relevante foi em informação e comunicação (-0,5%), puxada pela retração nas atividades audiovisuais e de edição.
Mesmo com juros altos e inflação ainda elevada, o setor de serviços segue mostrando força. O mercado de trabalho aquecido, o aumento da renda e as medidas do governo para estimular o consumo ajudam a compensar o impacto da política monetária mais restritiva.
Com isso, o setor já acumula alta de 2,2% no ano e está quase 19% acima do nível pré-pandemia. Para nós, o resultado confirma que a economia deve continuar desacelerando aos poucos, sem quedas bruscas de atividade. Mantemos a projeção de crescimento do PIB em 0,3% no terceiro trimestre.