O setor de serviços cresceu 0,6% m/m em setembro, acima das expectativas de mercado e da nossa projeção (ambas de +0,4%), dando sequência a oito altas consecutivas e renovando o maior nível da série histórica. O resultado confirma a força do setor e sustenta nossa projeção de avanço de 0,3% t/t para o PIB no terceiro trimestre, em um contexto de desaceleração gradual da economia. Na comparação anual, o crescimento foi de 4,1% a/a, também superando o consenso (3,6% a/a).

A média móvel trimestral manteve crescimento de 0,3%, sinalizando que o setor segue operando em ritmo positivo, ainda que mais moderado. Mesmo diante de um ambiente macroeconômico desafiador — com inflação elevada, política monetária restritiva e incertezas fiscais —, a atividade continua sustentada por um mercado de trabalho aquecido e pelo impulso fiscal. O resultado reforça a visão de que o processo de arrefecimento da economia ocorrerá de forma gradual nos próximos trimestres.

Com o desempenho observado até setembro, projetamos crescimento de aproximadamente 0,3% t/t para o PIB do 3T25, em linha com a tendência de moderação, mas sem sinais de contração relevante. Os números indicam que a política monetária contracionista implementada pelo Banco Central tem produzido os efeitos esperados, sem gerar uma desaceleração excessiva da economia. Esse quadro reforça a necessidade de manter a taxa Selic em patamar restritivo por um período bastante prolongado, garantindo a convergência da inflação à meta de forma sustentável.

O setor de serviços acumula alta de 2,9% no ano e opera 19,5% acima do nível pré-pandemia, deixando carrego estatístico de 0,5% para o quarto trimestre. Em nossa avaliação, o dado confirma que, embora o pico de crescimento tenha ficado para trás, o setor segue como o principal pilar da atividade, sustentando um processo de desaceleração suave e controlada da economia brasileira.