Os dados da economia americana divulgados na semana passada acenderam o sinal amarelo para os investidores. Segundo a S & P Global, o PMI de serviços dos Estados Unidos atingiu 55,2 pontos em setembro e o PMI composto, que inclui serviços e indústria, atingiu 54,6 pt. Segundo o ISM, o PMI de serviços de setembro foi a 54,9 pt. Todos acima do nível de 50 que indica crescimento.
Ao mesmo tempo, os dados do mercado de trabalho vieram bem acima das expectativas. O total de postos de trabalho gerado em setembro (Jolts) atingiu 8,04 milhões, quando as expectativas eram de geração de 7,7 milhões de postos de trabalho no mês e a ADP mostrou que foram gerados 143 mil empregos pelo setor privado da economia (expectativas de geração de 125 mil empregos no mês de setembro)
O dado que mais chamou a atenção foi o payroll que mostra o desempenho do mercado de trabalho em geral. Segundo o payroll, foram gerados liquidamente 254 mil empregos em setembro (expectativas de geração de 140 mil empregos), a taxa de desemprego caiu para 4,1% da força de trabalho (expectativas de 4,2%), o salário médio por hora apresentou crescimento de 0,4% (expectativas de 0,3%) em setembro em relação a agosto, e o salário anual cresceu 4,0%, expectativas de crescimento de 3,8% por parte dos analistas.
Em suma, os dados mostram uma economia bastante forte e um mercado de trabalho ainda muito apertado, ao contrário da expectativa dos membros do Comitê de mercado aberto (Fomc) do Federal Reserve que iniciou o processo de redução da taxa básica de juros no país com um movimento agressivo de – 0,5 p.p.
Com isto, os investidores reagiram retirando da mesa a probabilidade de outra redução de – 0,5 p.p. na próxima reunião do Comitê. O risco é o Fomc continuar com uma postura agressiva e ter de reverter a trajetória antes de atingir a taxa neutra de juros, como ocorreu com o Banco Central brasileiro.