Economia

Publicado em 16 de Abril às 18:41:04

Sondagens mais fracas ainda não se traduziram em piora da economia real nos EUA

Embora as sondagens dos consumires e dos empresários (“soft data”) estejam apresentando forte piora, os dados da economia real (“hard data”) compostos pelos serviços, varejo e manufaturas continuam a apresentar robustez, de modo que uma recessão continua fora do nosso cenário base.

Nessa quarta-feira (16/04), o Departamento do Comércio dos EUA divulgou o resultado das vendas no varejo referentes ao mês de março. O número mostrou uma forte alta de 1,4% m/m que veio ao encontro das expectativas do mercado (Bloomberg), atingindo o patamar de US$ 734,9 bilhões. Já na métrica que exclui os automóveis, a alta mensal foi mais modesta, de apenas 0,5% m/m no período, mas surpreendeu positivamente as estimativas em 0,1 p.p. Em relação ao mês anterior houve revisão positiva de 0,4 p.p. neste último dado, com o resultado de fevereiro saindo de 0,3% m/m para 0,7% m/m, enquanto o resultado cheio permaneceu em 0,2% m/m.

Por sua vez, produção industrial de março registrou contração de 0,3% m/m, marginalmente pior do que as estimativas de 0,2% m/m. Além disso, a taxa de utilização da capacitada instalada saiu de 78,2% para 77,8% na passagem de fevereiro para março, vindo quase em linha com o esperado (77,9%). Assim como o ocorrido com as revisões relativas às vendas no varejo, o número de fevereiro da produção industrial foi revisto para cima, de uma alta de 0,7% m/m para um avanço de 0,8% m/m.

Já o presidente do banco central norte americano (Federal Reserve), Jerome Powell, conhecido pelo seu viés a favor de uma política monetária menos restritiva “dovish”, ajustou o seu discurso recentemente, passando a adotar um discurso mais duro “hawkish” na esteira da mudança radical no cenário causada pela política tarifária do governo Trump. Embora tenha reconhecido que a economia dos EUA ainda se encontra em uma posição sólida, ele passou a expressar dúvidas quanto ao caráter supostamente transitório da inflação resultante das tarifas de importação, externar um maior incômodo com a desancoragem das expectativas de inflação e a demonstrar receio quanto ao atingimento do duplo mandato (máximo emprego e estabilidade de preços) do FED em 2025.

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