Ontem, tivemos a decisão de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Sem surpresas, o Fed manteve a taxa de juros inalterada no intervalo de 5,25%-5,50%, enquanto o Banco Central Brasileiro continuou o processo de cortes de juros com o ritmo de 50 bps.
Nos EUA, Powell praticamente descartou a possibilidade do início do ciclo de cortes em março, cenário em que o mercado atribua grande probabilidade. Entre outros fatores, os destaques do comunicado foram: a retirada do trecho em que mencionava a possibilidade de novos aumentos de juros, a substituição do trecho “desacelerou” para “expandiu em ritmo sólido” para se referir à atividade econômica e a sinalização de que os riscos para a execução de seu duplo mandato (estabilidade de preços e pleno emprego) estão mais equilibrados. Diante dos sinais mistos da economia, seguimos acreditando que os cortes serão iniciados na reunião de junho.
No Brasil, o BC sinalizou cortes de mesma magnitude nas próximas reuniões e manteve o balanço de riscos da reunião anterior. Além disso, o Comitê destacou que o cenário atual é caracterizado por um estágio mais lento de desinflação com reancoragem apenas parcial das expectativas, o que demanda maior serenidade e moderação na condução da política monetária. Dessa forma, mantemos nossa projeção de Selic terminal em 9,5% a.a.