O conteúdo da carta enviada pelo Presidente Trump informando que o Brasil seria penalizado com uma alíquota de 50% sobre todas as suas exportações para os Estados Unidos, indica que a decisão tem pouco ou nada com questões econômicas ou com questões comerciais entre os dois países, mas sim com questões relacionada a segurança interna do país, como declarou o diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, Kevin Hassett ontem.
Uma primeira possibilidade é a movimentação dos países dos BRICS, reforçada pelo Presidente Lula como anfitrião da cúpula dos países do grupo ocorrida no Brasil, no sentido de criar uma moeda comum para substituir o Dólar entre os membros do grupo. O Presidente Trump declarou que, caso o Brics decida caminhar nesta direção, receberão tarifação adicional de 10% sobre todas as suas exportações para os Estados Unidos.
Segundo, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de responsabilizar as empresas americanas de mídia social atuando no Brasil é interpretada pelo governo americano como uma censura e interferência na liberdade de expressão, atacando princípios democráticos. Por outro lado, o mercado de social mídia no Brasil é um dos maiores do mundo, a restrição aprovada pelo STF irá, sem dúvida, afetar negativamente os lucros destas empresas.
Segundo as declarações de Kevin Hassett o governo americano discorda da direção que está seguindo a política externa do governo brasileiro, aliado a governos ditatoriais (Irã, Venezuela, Cuba entre outros, e grupos terroristas como o Hamas, Hezbollah, Houtis, etc.) em especial, a posição do Brasil no conflito no oriente médio.
Como as razões não são de ordem econômica, mas principalmente política, a possibilidade de o governo brasileiro adotar uma atitude de negociação parece pouco provável o que poderá atingir negativamente o fluxo de investimentos (diretos e de portfólio para o Brasil).