Após um período de crescimento entre 2017 e 2022, quando a taxa de investimento na economia brasileira passou de 14,3% para 19,6% do PIB do país, a partir do último trimestre de 2022 esta trajetória tem mostrado forte reversão.
Ao mesmo tempo, a entrada de investimentos estrangeiros diretos no país (IDP), que é o fluxo de investimentos direcionados ao setor real da economia, também mostrou forte desaceleração, se comparado a 2022. Em outubro, o total de IDP atingiu US$ 3,3 bilhões, abaixo das expectativas dos investidores (US$ 4,50 bilhões) e uma queda de 43% se comparado ao mesmo mês de 2022, quando o total de IDP atingiu US$ 5,8 bilhões. Entre janeiro e outubro de 2023 entraram no país US$ 44,9 bilhões de IDP. Uma queda de 40% se comparado ao mesmo período de 2022.
Ainda que não seja possível determinar o que está gerando esta queda dos investimentos, candidatos prováveis incluem o projetado aumento da carga tributária necessário para financiar os aumentos de gastos planejados pelo governo, as incertezas geradas pelas propostas de reversão de algumas das principais reformas implementadas nos últimos seis anos, como a trabalhista, previdência, autonomia do Banco Central, marco regulatório do saneamento e a discussão da reforma tributária.
Entender as causas desta redução da taxa de investimento e desenhar políticas que revertam esta trajetória, é um fator importante para evitar queda da taxa de crescimento do produto potencial no futuro.