No início desta semana, a Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, em visita à China, fez uma declaração reclamando do “ímpeto manufatureiro de Pequim” que, segundo ela, está gerando uma onda de produtos chineses que poderá “sobrecarregar” a indústria americana. Ao mesmo tempo, sugeriu que o governo chinês deveria redefinir suas políticas de tal forma a direcionar a produção industrial para o mercado interno, via aumento do consumo.
Ontem, as autoridades chinesas responderam indicando que o “excesso de capacidade é a manifestação do mecanismo de mercado que desempenha o seu papel.” Segundo elas, estes tipos de desequilíbrios entre oferta e procura são frequentes e devem ser resolvidos por mecanismos de mercado.
Ainda segundo estas autoridades, adoção de medidas protecionistas não irá resolver o problema e provavelmente reduziria a capacidade do mundo de lidar com a questão climática, principalmente no que se refere à produção e exportação de veículos elétricos, um setor particularmente sensível para a sociedade americana.
É constrangedor ver a principal autoridade econômica da maior e mais desenvolvida economia de mercado de mundo receber “lições” de como funciona o mercado, de autoridades econômicas da maior economia centralmente planificada do mundo.