Com o fim da cúpula do G20, a reunião dos presidentes das 20 maiores economias do mundo realizada no Rio de Janeiro esta semana, espera-se que o governo finalmente irá se dedicar ao anúncio do programa de ajuste fiscal.
Após o cancelamento da viagem do Ministro da Fazenda à Europa para tratar de “problemas domésticos”, o que gerou uma expectativa entre os investidores de que a questão fiscal seria tratada com urgência, o Presidente da República decidiu convocar todos os Ministros cujos programas seriam diretamente afetados pelas propostas de ajuste de gastos, para negociar os cortes. Com isto, o anúncio do programa foi adiado por pelo menos duas semanas.
As expectativas dos investidores é que ele seja anunciado ainda esta semana e que a proposta inclua mudanças estruturais importantes, ou seja, mudanças capazes de estabilizar a dívida pública em um horizonte relevante. Em especial, a questão do reajuste real do salário mínimo, que indexa o piso das aposentadorias do INSS, o seguro desemprego, o BPC e o abono salarial, além da indexação dos gastos com saúde e educação às receitas tributárias, estão na mira dos investidores.
Para muitos analistas, esta é a última chance de a equipe econômico reconquistar alguma credibilidade entre os investidores. Caso a proposta não tenha caráter estrutural, no sentido indicado acima, as expectativas para a inflação continuariam a desancorar, forçando um aumento ainda mais forte da SELC nas próximas reuniões do Copom. Seria um tiro no pé.