Em fevereiro, as vendas no varejo cresceram 1,0% na comparação mensal, acima do teto das expectativas de 0,3% m/m. Nesse sentido, vale destacar as rupturas estruturais das séries históricas da Pesquisa Mensal do que impõe dificuldades adicionais tanto na previsão do indicador quanto na interpretação do desempenho mensal dos seus resultados ajustados sazonalmente.
Com este resultado, o setor está 7,1% acima do patamar pre-pandemia e atingiu o maior patamar da série histórica, iniciada em janeiro de 2000. Nesse contexto, vale destacar o crescimento de seis das oito atividades pesquisadas, com destaque para itens discricionários, entre eles, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, Outros artigos de uso pessoal e doméstico, Móveis e eletrodomésticos e Tecidos, vestuário e calçados.
Em relação às vendas no varejo ampliado, observou-se um crescimento de 1,2%, também acima das estimativas do mercado. Tal resultado está relacionado com o crescimento disseminado entre Veículos e motos, partes e peças (16,6% a/a), Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (10,1% a/a) e Material de construção (5,0% a/a).
Por fim, a leitura de fevereiro reforça a ideia de que o resultado forte de janeiro (2,8% m/m) reflete a resiliência da atividade econômica recente e, não, alguma distorção sazonal. Dessa forma, a melhora na saúde financeira das famílias, fruto do ciclo de flexibilização monetária, as medidas do governo de impulso fiscal e a resiliência do mercado de trabalho devem contribuir para que o consumo das famílias seja um vetor de crescimento importante ao longo deste ano.