Após falas mais “dovish” por parte de alguns diretores no dia anterior, o presidente do Banco Central norte-americano (FED), Jerome Powell, sugeriu que a autoridade monetária está menos propensa a voltar a elevar a taxa de juros (pelo menos na próxima reunião de novembro). Entretanto, ele reforçou que a possibilidade de mais uma alta de juros de 25 pontos-base não foi excluída do radar, ainda sendo passível de ocorrer na reunião de dezembro.
A sensação deixada é que os membros do FED só querem empreender uma alta adicional na Fed Fuds Rate caso seja estritamente necessário. Nesse sentido, a estratégia adotada parece ser a de que eles pretendem ganhar tempo até a reunião de dezembro para poderem acumular a maior quantidade possível de dados e informações até lá, para só então decidirem elevar mais os juros ou não.
Christopher Waller, membro do FED com direito a voto, apresentou o que ele julga ser os dois cenários possíveis para a economia norte-americana à frente. Num primeiro cenário mais otimista, a perda de ímpeto do consumo das famílias e a diminuição no ritmo de geração de vagas de emprego, possibilitando um maior equilíbrio no mercado de trabalho, permitiriam o desaquecimento da atividade econômica, o que, por sua vez, contribuiria para reforçar o processo desinflacionário. Já num segundo cenário, mais pessimista, a continuidade da expansão da atividade econômica em ritmo acima da tendência de longo prazo poderia colocar em risco o arrefecimento da inflação, interrompendo ou até mesmo revertendo este processo em alguma medida. Nesse último caso, o FED não hesitaria em retomar o ciclo de alta de juros.